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PORTOS, SUPERSAFRA E LOGÍSTICA

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por Alexandre Decaris
politica@blogdacomunicacao.com.br

Todas as previsões de retardamento da inflação no segundo semestre deste ano estão alicerçadas na ideia de que haverá uma grande oferta de grãos no mundo inteiro. O agricultor brasileiro conseguiu produzir grãos de soja e milho de altíssima qualidade e bom preço. Porém, estamos sendo vítimas do crescimento da nossa própria safra. Em termo alcunhado por jornalistas, estamos em uma “crise da fartura”.

O Brasil continua a ter os antigos problemas de escoamento da safra, como o ocorrido recentemente no embarque da soja e do milho no porto de Santos – SP. São filas descomunais de caminhões que chegam a 25 km de extensão. De nada adianta uma supersafra para ocupar espaço no mercado internacional se tudo colide com a ineficiência dos portos brasileiros.

Esse abacaxi já era conhecido. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, quando explicava sobre as novas medidas do governo para os portos, afirmou que o sistema portuário brasileiro entraria em colapso em dois anos se nada fosse feito. Aparentemente, entrou em crise antes disso, dado que há muitos erros e atrasos logísticos acumulados.

Dilma Rousseff

Crédito: O Estado de S. Paulo

O governo da presidente Dilma Rousseff levou dois anos para apresentar o seu programa para os portos. Foi divulgada, no final do ano passado, a Medida Provisória (MP) do governo que permite a privatização de portos e terminais. O Congresso Nacional, como de praxe, não votou a MP no tempo devido e acabou prorrogando o prazo. Estamos atrasados novamente.

Ademais, o setor de transportes calculou perda de até 30% da safra de grãos por conta das más condições das estradas para o escoamento da produção. Em decorrência da ativação das termoelétricas, o preço do óleo diesel aumentou, o que é prejudicial no âmbito dos transportes rodoviários. Os custos e o frete aumentaram.

Os nossos velhos problemas logísticos sempre serão um estorvo ao crescimento do país e à redução da inflação, especialmente a de alimentos, a patamares mais agradáveis. Sem contar também que, em todos os governos anteriores, a construção de hidrovias e ferrovias sempre foi menosprezada. Só há criação de burocracia e planos incríveis de administração.

Noticia-se todo ano a mesma coisa. Na história do Brasil, em questão logística, os governos mudaram muito pouco; muitas juras e pouca efetivação. O escoamento da supersafra por meio de caminhões movidos a óleo diesel é decerto ilógica na perspectiva logística. Depender da entrega dos grãos por rodovias, não por ferrovias, é um disparate intolerável.

Esta coluna é uma seção da matéria “Economia, antônimo de Dilma Rousseff” publicada em meu blog. Confira!


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